Raciocínio e Argumentação
Raciocínio e Argumentação
Tipos de Raciocínio
- Apodítico : Exprime-se uma verdade absoluta, cuja argumentação se limita a uma conclusão somente. É o raciocínio de um elemento preponderante, não deixa brechas para discussão.
- Dialético: O raciocínio é aberto para discussões, permitindo controvérsias e contestações. Contudo, cabe o autor trabalhar essas controvérsias de modo a convencer o leitor do raciocínio mais aceitável, diante de sua postura.
- Retórico: Variante da dialética, o raciocínio retórico se diferencia pois envolve mais o leitor, promovendo sua maior reflexão, perante o assunto.
- Silogismo: Formula-se duas proposições que chegam a uma conclusão. Vale lembra que a conclusão não pode ser maior do que as proposições.
Tipos de Argumentação
- Exclusão: O autor propõe várias hipóteses e vai eliminando-as para fixar seu objetivo.
- Absurdo: Refuta-se uma afirmativa, de modo a evidenciar seu ‘’absurdo’’, isto é, sua improcedência.
- Autoridade: O argumento é confirmatório, sendo ‘’comprovado’’, de certa forma, por declarações de uma especialista da questão ( por via de uma citação, por exemplo).
Bom é dizer que a argumentação não pode ser estruturada somente pela narração dos fatos. Não se pode esperar, pois, que o fato descrito promoverá, indiretamente, uma conclusão de cunho argumentativo. É preciso que tais fatos sejam advindos de um argumento plausível, para tornar-se válido e aceitável para o leitor.
Dissertação
‘’Inegável é a importância da dissertação na comunicação jurídica: há sempre um conflito a ser solucionado, colocando versões antagônicas em polos opostos. No Direito, é a argumentação o recurso persuasivo, que objetiva o convencimento da tese postulada’’.
Posturas na dissertação
Existem as Posturas filosóficas e psicológicas.
Posturas filosóficas:
- DIALÉTICA: Forma-se pela presença da tese e da antitese. Vale-se no decorrer da dissertação uma posição contrária e duas favoráveis, ou o contrário, de modo a convencer o leitor de um raciocínio postulado. Isso se dá através da conclusão, que opta pelo elemento favorável ou negativo, ou ainda a combinação de ambos.
- DISPUTA: Não requer a explicitação dos polos antagônicos. O redator tem um ponto de vista sobre determinada questão, e irá defende-lo ( com um raciocínio apodítico e argumentação por autoridade, por exemplo), apresentando argumentos que motivaram sua posição.
Na disputa os argumentos ( três deles) devem ser elaborados de forma gradativa crescente, reforçando a ideia inicial até a final, e todas relacionadas entre si ( coesão e coerência ).
Posturas psicológicas:
‘’Entende-se por postura psicológica a posição do observador, do ponto de vista participativo, no tema, de maior ou menor envolvimento no assunto’’.
- BEHAVIORISMO: O observador não interfere na realidade observada, procurando mencionar os fatos, numa relação de causa e efeito. Nessa postura, evitam-se os adjetivos emotivos, pois ao observar o assunto de fora, revela-se uma postura mais objetiva por parte do redator.
- GESTALT: O observador envolve-se com a realidade, procurando enfatizar as partes, ou seja, os aspectos subjetivos ( relatividades) que cabem o tema principal. O adjetivo, nesse caso, ganha força, assim como as sensações que revelam os adjetivos, provocando no leitor uma visão de mundo estimulada pelas relações das partes que compõem o dicurso.
Na Gestalt, para a elaboração da argumentação, e também, exposição do tema, estabelece-se uma postura de equilíbrio , que parte para uma tensão ( as relatividades ou contradições), chegando num limite conhecido como insight, onde se posiciona a resolução do problema, ou a defesa do argumento principal. Chega, com a conclusão, ao alívio.